quarta-feira, 19 de junho de 2013

Greve dos professores. UMA CARTA

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A propósito da greve dos professores, “Sala das Colunas” publica um pequeno texto que circulou por entre o corpo docente.

O texto é breve e claro. Não precisa de comentários.

Ao transcrever o texto-testemunho, ergo a minha taça solidária com todos os professores deste país que ainda têm fôlego para lutar, juntos, por aquilo em que acreditam.
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  Boa tarde para todos.

Após receber tantos mails a confirmar a continuação da greve aos C.T. e à greve do dia 17, apetece-me deixar aqui umas palavras: estou sensibilizada por esta onda de solidariedade e união na escola. Há já algum tempo que não sentia um pulsar de energia dentro destas paredes. Afinal ainda temos fôlego para nos juntarmos e lutarmos por aquilo em que acreditamos.

Para além de ser professora também sou mãe de alguém que tem de fazer exames nacionais, mas isso não me impede de lutar por aquilo em que acredito, pois acima de tudo quero tentar construir um futuro melhor precisamente para ela.

Apetece-me terminar com um pensamento: "Estarmos juntos: é um começo. Continuarmos juntos: é um progresso. Trabalharmos juntos: é a chave do sucesso”.

 A.P. (profª.ES)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O professor presidente e a GREVE DOS PROFESSORES

Do alto da sua cátedra de magistrado da nação, disse: - os estudantes não podem ser meios para atingir os fins.

Depois, respirou um pouco mais fundo e acrescentou: - é preciso ter atenção àqueles que são atingidos.

(E os professores não estão a ser repetidamente atingidos na sua dignidade?)

Disse, está dito.

Sobre a defesa do ensino público, sobre as causas do desencadear da greve às avaliações, aos exames do dia dezassete, nem uma palavra…

Estou enganado. Pensando melhor, talvez a resposta tenha vindo no comboio de Elvas: - Tal como dizia o meu antecessor, o presidente não governa nem é responsável pela política do governo.

(O que é que o presidente faz?)

De mãos lavadas, a voz veio do alto do palanque, ouviu-se junto do aqueduto da Amoreira e ziguezagueou pelo forte da Senhora da Graça, rosto do medo e joia triste da arquitetura militar.

Não entendo: então os professores não podem recorrer à greve só porque alguém é afetado? Todas as greves são sustentadas por determinados objetivos e acabam sempre por penalizar, com maior ou menor dureza, o dia-a-dia de alguém. De outro modo não faria sentido acionar qualquer greve. Fazer greve durante o tempo de aulas…é uma festa para os alunos e para o ministério das finanças. A greve dos professores é justificada e acontece no tempo certo; o ministro  da educação – vendedor de incoerências e de desilusões – deixou correr o tempo e agora, à deriva, procura uma tábua de salvação.

As gentes deste reino não mostraram tantos receios com a greve dos estivadores, da CP, dos transportes, das transportadoras, mas parecem estar amedrontados com a greve dos professores…porque sabem que os motivos são razoáveis e suficientes para assim procederem. O que está em causa é a defesa do ensino público… e é isso que os governantes não dizem.

Repetidamente desvalorizados, desrespeitados, humilhados, embrulhados em pilhas de papéis e de leis que flutuam ao sabor da boa ou má disposição de quem deveria governar, desiludidos e com um pé no desemprego, os professores estão cansados e apenas pedem respeito, dignidade e novo rumo para o ensino em Portugal.

Mas,

no dia de Camões, junto do aqueduto das Amoreiras, bem próximo do medo das ruinas do forte da Senhora da Graça, falou-se da agricultura que o professor presidente ajudou a destruir.

(Afinal, para que serve um presidente?)




quarta-feira, 5 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO "SILÊNCIOS" (por Messias Martinho)

O jornal “O Almonda”, na última edição, publicou uma crónica titulada Exposição “Silêncios”, assinada pelo colaborador habitual, Messias Martinho.

O autor olhou cada quadro da exposição e transmitiu-nos o seu sentir nas palavras agora divulgadas e que transcrevemos integralmente.


“Sala das colunas” agradece a gentileza do gesto e das palavras.