Depois
desta conversa toda, tamborilada na sala
das colunas, ao longo de quatro posts,
parece-me correto falar um pouco sobre o meu sentido de voto e sobre as
razões da minha opção. Não basta rir e criticar publicamente o que se ouviu ou
leu. É preciso ir um pouco mais além.
Voto
num concelho onde já vivo há mais de trinta anos. Assisti ao seu forte desenvolvimento,
à construção de infraestruturas, ao embelezamento de espaços e à construção de
diversos equipamentos relevantes para a população. Vivo numa cidade agradável. Torres Novas.
No entanto…
Se
não estou enganado, conheci apenas três presidentes de câmara, eleitos. Os mandatos
foram longos. Ontem, como hoje, estou em desacordo com a eternização do poder
que se tem vindo a repartir, sistematicamente, por duas forças políticas.
Nestas eleições, desejo mudança.
Neste
ténue panorama de programas das equipas candidatas, no ato de decidir, tenho diversas
possibilidades de opção.
- Que decisão tomar? Vamos
por exclusão de partes.
CDS
– Não conheço os candidatos, nem a sua força local, mas a avaliar pelo seu
líder nacional e tendo em conta a triste figura que fez, recentemente, enquanto
ministro, que nem catavento estaria melhor em dia de tempestade, não faria do
CDS meu representante na governação. A eleição é autárquica, mas se a base
social de apoio do líder é a mesma… votar numa lista partidária cujas bases
apoiam um catavento ansioso de poder… não oferece confiança a ninguém.
PSD
– Ora aí está uma equipa que deseja disputar o poder sobretudo com o PS.
Liderada por um presidente de junta eterno (não conheci outro nessa freguesia)
e onde paira a auréola de um presidente passado, duvido que a sua equipa venha
acrescentar alguma coisa de novo ao instituído, nem sei se terá alguma força
para lá chegar.
PS –
Não queria acreditar quando vi a constituição da equipa. O que é que aconteceu
ao PS local para apresentar esta lista? Na possibilidade de vencer teremos: um
vice que passa a presidente e um presidente que passa a presidente da
Assembleia que, por sua vez, irá substituir o anterior Presidente da Assembleia
que passa a vice presidente da Câmara. Entenderam? Não? Mas é assim.
Não
queria acreditar, repito, quando vi que o número dois – o possível vice futuro
- é o mesmo (convém recordar) que, aquando do imposto autárquico, decidiu a
favor da subida do imposto para valores máximos propostos pelo executivo, por
recurso ao voto de qualidade. Votou contra a população, já sufocada de
impostos, que o elegeu. (Ver saladascolunas.blogspot.com, posts
dos dias18 de Nov. 2012 e 3 de Dez.2012). Passados poucos dias, o mesmo
executivo camarário deliberou descer os valores já aprovados pela Assembleia e,
sem delongas, o mesmo presidente que usou o voto de qualidade para subir os
impostos (IMI) votou dias depois a sua descida. Não gosto de cataventos, nem de
figuras decorativas, nem de decisores que não decidem por si.
CDU
– Há quantos anos a CDU apresenta o mesmo candidato? Todos falam de mudança no
quintal do vizinho, mas quando se toca no nosso quintal as coisas complicam-se
e, pior ainda, eternizam-se. Pelo caminho vai-se discorrendo sobre os
malefícios da longa permanência no poder. Nada de novo. Nada de novo mesmo.
BLOCO,
melhor, Helena Pinto - votarei em Helena Pinto: porque tem experiência política,
não tem os costumeiros maus hábitos caracterizadores de quem já exerceu o poder
autárquico por longo tempo, demonstra saber, capacidade de ação e
disponibilidade para o diálogo. Em diversas situações, tive oportunidade de
ouvir Helena Pinto e confesso que a forma como desconstrói cada situação problemática
e a capacidade de comunicação suportada culturalmente, me convenceram. Tenho
agora a oportunidade de lhe dar o meu voto. No entanto, no caso da sua eleição,
que desejo, espero, que seja a própria a dar um sólido contributo para a mudança
em que voto. Coragem para mudar. Oxalá!